Arranjo ao piano: separando baixo e acordes
Publicado por Denise Ogata em
Baixo, acordes e melodia
Nos artigos anteriores, mostrei como usar acordes em blocos (na mão esquerda) e acordes abertos (distribuídos nas duas mãos) e apresentei sugestões para acompanhar uma melodia que seria tocada na mão direita.
Neste post, demonstro a distribuição do acorde de outra forma: separando apenas o baixo e deixando as demais notas do acorde ainda na mão esquerda ou na mão direita. Assim:
No caso do acorde ser executado pela mão direita, nem sempre ele estará completo, pois devemos tocar a nota da melodia também.
Muitas vezes é preciso omitir algumas notas do acorde na mão direita (geralmente, a tônica, a quinta) para que possamos tocar a melodia apropriadamente.
Os exemplos a seguir trazem acordes em blocos e o baixo com uma nota apenas. Evidentemente, os acordes poderiam ser usados de modo aberto, entretanto, teríamos mais de uma nota tocada na mão esquerda e isto já implicaria uma outra forma de pensar.
Então, para começar, vamos estudar a configuração com acordes em blocos.
Exemplos
BAIXO+ ACORDE (Mão esquerda) + MELODIA (Mão direita) |
Vejamos por exemplo para o acorde de D maior: temos na mão esquerda o baixo Ré seguido do acorde em bloco na outra oitava, na sua posição fundamental:
Neste caso, a mão esquerda executa somente a nota do baixo :
Sobre o ritmo
O baixo geralmente é tocado no 1o tempo e os acordes nos demais. Mas podemos fazer variações, em que o baixo dura 2 ou 3 tempos (isto depende do tipo de compasso – binário, ternário, quaternário ou outro) ou intercala com os acordes, com uso de pausas, por exemplo:
A escolha de qual ritmo usar pode também ser determinada pelo estilo musical desejado, ou seja, dependendo da variação, obtemos um acompanhamento característico de um estilo específico.
Por exemplo, em compasso ternário, ao escolher o baixo no 1o tempo e os acordes nos demais, obtemos um acompanhamento típico de Valsa; se colocamos colcheias e pausa (veja a última variação da figura acima), temos um ritmo de rock, e assim por diante.
Quando usar?
- Esta pode ser uma boa alternativa quando buscamos tanto variação no acompanhamento quanto clareza na sonoridade. Isto porque, usando o baixo + acordes, conseguimos destacar o baixo e conduzimos o acorde para uma região não tão grave, evitando “embolar” o som.
Para ver mais sobre a sonoridade, assista também o vídeo do arranjo de “Somewhere in time” (J.Barry).
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Outra situação é quando desejamos maior movimento rítmico: usando baixo + acordes na mão esquerda, proporcionamos um ritmo no acompanhamento, que interage com a melodia da mão direita e assim, diversifica a distribuição das notas da harmonia.
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No caso do acorde ser executado pela mão direita podemos ter uma linha de baixo com maior movimento, isto porque ficamos mais livres para variar o ritmo e para tocar outras notas na mão esquerda (além do baixo do acorde), como notas de passagem, ornamentos, arpejos, etc e/ou adicionar complementos melódicos com notas do próprio acorde.
Acordes na posição fundamental ou invertidos?
Para quem está iniciando esta prática, minha sugestão é usar apenas os acordes na posição fundamental, pois sua visualização nas teclas pode ser mais rápida e consequentemente sua execução mais segura.
Caso não haja dificuldades em usar inversões, use e abuse, sem problemas! Tocar as inversões possibilita que o arranjo seja mais variado, já que um mesmo acorde é conduzido em suas diferentes formas e sons.
E se puder usar as inversões de maneira a gerar uma combinação que seja harmônica entre si, encadeando as notas sequencialmente….melhor ainda!
Complicou? Bom…. talvez este seja um tema para outros artigos!
Por enquanto é isso!
Veja um trecho de música com o exemplo dado no vídeo abaixo:
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